14 maio, 2006

História de Aldeia de Eiras

RESENHA HISTÓRICA
Amêndoa, freguesia do concelho de Mação, distrito de Santarém, localiza-se a cerca de oito quilómetros do Centro Geodésico de Portugal (Vila de Rei). Detentora de uma área de 37,4 quilómetros quadrados, a freguesia de Amêndoa é composta por vinte pequenas aldeias: Gargantada, Monte Fundeiro, Cabo, Robalo, Martinzes, Granja, Juntos, Vinha-Velha, Pé da Serra, Pero-Gonçalves, Revelha, Palheirinhos, Amêndoa, Fonte de Amêndoa, Vale de Vacas, Cimo do Vale, Chão de Lopes Pequeno, Chão de Lopes Grande, Aldeia de Eiras Cimeiras e Aldeia de Eiras Fundeiras. Tem como limites as freguesias de Cardigos, Carvoeiro e Aboboreira e o concelho de Vila de Rei.

O território que actualmente constitui a freguesia foi habitado desde épocas remotas, como se comprova pelos vestígios arqueológicos aqui encontrados. Com efeito, na região foram achados numerosos vestígios arqueológicos referentes à pré-história e à ocupação romana. Mas nem sempre o local desta vila terá sido o mesmo. Tudo indica que inicialmente se desenvolveu em volta do seu castelo maciço na Serra da Ladeira, hoje Castro de São Miguel, pois ainda há em redor dele restos de antigas construções ciclópicas. Aqui foi encontrado um amplo espólio constituído por mós manuais, lanças de falso alvado, uma falcata, machados, alviões, uma placa de cobre gravada e cerâmica avulsa. Outro local escolhido pelos povos pré-históricos foi o sopé da Serra da Ladeira do lado nascente, onde foram encontrados diversos vestígios romanos, como uma pia baptismal, duas barras de estanho, um forno, uma calçada, bolas de pez, vasos de barro, telhas, colunas de cantaria, louças sepulcrais com inscrições, anilhas e moedas. Nesta época, foi descoberto um pequeno troço de via Romana nos Cabeceiros, vinda provavelmente da Egitânea. De 1165 a 1174, Amêndoa pertenceu aos Templários por doação de D. Afonso Henriques. No livro dos Mestrados existente na Torre do Tombo, consta a doação de toda uma aldeia feita em 1200 aos Templários por Pero Gonçalves e a sua mulher. É natural que tenha sido a área que ainda hoje é denominada de Aldeia de Pero-Gonçalves. Nesta altura, a vila tinha dois juízes ordinários, um procurador do concelho, um escrivão, e uma companhia de ordenanças. Em 1231 foi transferida a sua posse para a Ordem de Malta e, na questão travada entre a Coroa e a Ordem de Malta declara-se que em Amêndoa havia juízes e almotacés, e toda a jurisdição própria de uma vila, recebendo todas as rendas e direitos reais, que os mesmos juízes davam para o Prior, e deste para El-Rei.Por carta de 3 de Maio de 1372, doou D. Fernando a Afonso Fernandes de Lacerda todas as jurisdições de metade de Amêndoa. Em 1514 D. Manuel fez desta povoação uma Comenda da Ordem de Cristo — a Comenda de Santa Maria de Amêndoa, tendo por alcaides-mores os Marqueses de Fontes e depois os de Abrantes. Em 1527, realizou-se o primeiro “Recenseamento Geral da População à Freguesia de Amêndoa”, por ordem de D. João III. Registou-se então um total de trinta e seis fogos e uma população de cento e sessenta e dois habitantes. Em 1826, após ter sido concelho durante seiscentos anos, Amêndoa desceu à categoria de freguesia, sendo integrada no concelho de Vila de Rei. Assim permaneceu até 1878, ano em que passou a fazer parte do concelho de Mação. Segundo a opinião de alguns autores, esta vila ter-se-á chamado Luz, vocábulo fenício que quer dizer Amêndoa. São Jerónimo refere que os fenícios davam às terras o nome dos frutos que lá abundavam, para assim as poderem distinguir. Ao chegarem a esta povoação deram o nome de Lusitânia, cujo significado é terra de amendoeiras, justificado pelo facto de ali existirem muitas árvores desse fruto. Mais tarde, os romanos chamaram-lhe Amíndula.A vasta toponímica dos lugares desta freguesia é de origem bastante clara. Assim: Pé da Serra significa Junto à Serra; Revelha, muito velha; Pero-Gonçalves, nome do possuidor das terras; Martinzes, plural popular de Martins, apelido da família que em 1527 tinha estas terras; Chão da Bica, terreno plano perto de uma fonte; Chão de Lopes Pequeno, nome do possuidor; Chão de Lopes Grande, por oposição ao pequeno; Robalo, nome do detentora da terra; Palheirinhos, pequenas casa onde se guarda palha; Monte Fundeiro, devido a acidente topográfico; Hortinha, diminutivo de horta; Granja, quinta; Gargantada, desfiladeiro entre montanhas; Cabo, remate topográfico; Vinha-Velha, derivado da cultura vegetal ali praticada; e Aldeia de Eiras, próximo de eiras.O orago desta acolhedora freguesia é Nossa Senhora da Conceição, cuja festa se celebra no dia 8 de Dezembro. O dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora foi proclamado pelo Papa Pio IX, em 1854, com a Bula Ineffabilis Deus, atendendo aos anseios mais profundos de toda a Igreja. Quatro anos após esta proclamação, Maria Santíssima apareceu a Bernardette Soubirous dizendo “Eu sou a Imaculada Conceição”. Em Portugal, o culto foi oficializado por D. João IV em 1640.

9 comentários:

Isabel disse...

Muito bem menino Asterix ... andou a estudar a história. Onde foste buscar a informação?

João Tavares disse...

Fiz uma busca por Aldeia de Eiras Amendôa

Paula disse...

ESPECTACULAR

Pinta disse...

Boa!Dá sempre jeito saber e acho que dá um ar mais "sério e respeitoso" ao Blog (faz falta para a desbunda não ser tanta!).

Pinta disse...

Agora, já podemos desbundar mais?

Anónimo disse...

Óh, meus isto está espectacular, e só não digo magnifico, porque penso que o perfeito não existe.
Vamos continuar a melhorar.
Vamos passar o Blog aos nossos conterraneos por todo o lado e certamente será o maior do mundo
Daqui o Fadarra que contribuir.

i-fadarra disse...

óh fadarra (primo) então já foste anónimo?? Fadarra é fadarra. Já passate ao Toninho? Ele também é todo virado para as tecnologias. É o que eu digo, se não forem os cotas não há blog e já que apareceu temos de ajudar. Eu passo a ele "just in case"...

Fadarra disse...

Prima ainda não, porque não sei o mail deles, mas mando por mensagem tmn

Unknown disse...

Parabéns pelo Blog.

Eu sou de Olalhas, Tomar, mas o meu sétimo avô chamava-se - João Martins e nasceu em Chão de Lopes, freguesia da Amêndoa, Mação. Casou com Isabel Maria do lugar de Mesão Frio, freguesia de Cardigos, Mação). Foram os pais de Maria Martins que casou Manuel Joaquim da Costa (lugar de Cercadas, Vila de Rei) a 12.10.1773 em Vila de Rei. Alguém tem informações sobre estes meus antepassados Martins da freguesia de Amêndoa?

Muito obrigado
Fernando António (fantoniosj@gmail.com)